“As escolhas pressupõem que claras estejam, para quem deseja, as vias por onde se possa optar. A opção caminha junto com a realização. Há de se chegar o momento em que não haverá mais lugar para se protelar. Considera que, mesmo após constantes desmentidos, há de emergir o que se teima em negar. Mesmo quando tu negas, as tuas negações deixam ver que existe algo que não queres revelar, e esse algo é o que se precisa resgatar. Mas, quando o teu querer está partido, como tu poderás desejar? E aquele que tem um desejo cindido, como poderá optar? E se a graça supõe a natureza, como tu podes pedir ao Senhor ‘dá-me a graça’, se com tua própria natureza não queres te importar, não queres cuidar? E se a graça que já está em ti clama por expressar-se, como não oferecer as condições para que ela possa se deslanchar? Não há nisso grande dor, não há nisso também uma forma de se castigar, de se punir, de olhar a luz e não querer enxergar e dizer, até, que luz nem há? Onde maior dor existe, senão naquele que ver e não quer enxergar? Como é possível negar o óbvio? Como é possível escamotear a verdade? Tu percebes o quanto é serio esta questão de fazer escolhas? Há de se chegar o momento em que hás de fazer uma opção que poderá te redimir ou poderá te negar. Ela poderá ser para ti o que faz estancar uma sangria ou, então, deixar-te à própria revelia. Há que se cuidar para não se fechar ao Espírito.” (Pe. Airton)
“Toda ação sem oração é vã. É vão tudo aquilo em que o coração repousa quando Deus aí não é buscado em primeiro lugar. É vã toda construção em que o Senhor não é colocado como alicerce (cf. Sl 127,1). É infrutífera toda obra em que o Senhor não é o fim primeiro a ser alcançado (cf. Mt 6,33). Busca o Senhor na intimidade do teu coração e não sejas tu apenas de oração, mas orante em todas as tuas circunstâncias e momentos, quer na alegria, quer na dor, com intensidade de amor verdadeiro, clareza de entendimento do que teu amor por ele é capaz. Só ele é que plenamente te satisfaz (cf. Ap 7,16). E, embora vivendo diversos momentos, embora na tua vida estejas passando por diferentes estações, constante em ti há de ser a oração. Viver nEle, por Ele e para Ele, já que nEle, por Ele e para Ele foste criado. Sem Ele, deixarás de ser servo; serás vassalo. Como criado, servirás aos teus próprios atos, cairás de tropeço por tuas próprias ilusões. Sem Ele, viverás a sequiosidade dos que bebem a água e não matam a sede; comerás o pão sem fortalecer-te o corpo, tampouco a alma; perderás a comunhão.” (Pe. Airton)