“As escolhas pressupõem que claras estejam, para quem deseja, as vias por onde se possa optar. A opção caminha junto com a realização. Há de se chegar o momento em que não haverá mais lugar para se protelar. Considera que, mesmo após constantes desmentidos, há de emergir o que se teima em negar. Mesmo quando tu negas, as tuas negações deixam ver que existe algo que não queres revelar, e esse algo é o que se precisa resgatar. Mas, quando o teu querer está partido, como tu poderás desejar? E aquele que tem um desejo cindido, como poderá optar? E se a graça supõe a natureza, como tu podes pedir ao Senhor ‘dá-me a graça’, se com tua própria natureza não queres te importar, não queres cuidar? E se a graça que já está em ti clama por expressar-se, como não oferecer as condições para que ela possa se deslanchar? Não há nisso grande dor, não há nisso também uma forma de se castigar, de se punir, de olhar a luz e não querer enxergar e dizer, até, que luz nem há? Onde maior dor existe, senão naquele que ver e não quer enxergar? Como é possível negar o óbvio? Como é possível escamotear a verdade? Tu percebes o quanto é serio esta questão de fazer escolhas?” (Pe. Airton)
Neste livro, cada leitor se perceberá como ser de relações nem sempre isentas de conflitos, pois conflituosas são sempre as relações a dois. Assim sendo, espera-se que este livro cumpra o seu papel, qual seja, permitir a cada leitor perceber em que lugar se situa em relação ao outro, e vice-versa, a saber, qual lugar o outro ocupa no desejo que se apresenta sempre como desejo do Outro.
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“Muito não terias que dizer para que pudesses te fazer entender, se optasses por tão somente ser e simplesmente viver. Bastaria deixar que os teus atos equivalessem à expressão mais tranquila, mais simples pela qual demanda já o teu ser. O que és há de revelar- se, mesmo que sobre isto nada venhas a dizer. Tenta uma maneira que seja mais condizente com teu estilo de vida, algo simples e coerente.” (Pe. Airton)