“Eu sou a videira, vocês são os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15, 5)
“Enquanto a espera acontece, tu precisas cuidar de determinados elementos, a fim de que eles não se assemelhem, por descuido teu, a plantas que fenecem. Enquanto a espera acontece, é preciso que tu tomes determinadas posições, providências acerca do que estás vivendo, atualmente, para que o esperado, ao se tornar realidade, encontre condições claras e melhores possibilidades, e um bem, por esta via, possa acontecer.
Se te puseres a esperar apenas por esperar, não conhecerás a urgente necessidade de ter um lastro de sustentação para bem administrar, com responsabilidade, o que, desde um certo tempo, tenha o valor de um sonho acalentado. Pois os que somente esperam não criam as condições necessárias por meio das quais sonhos se tornam realidade. Não te aconteça que, por esperar, venha a tua alma a se cansar. Não aconteça que, por esperar, em tuas inquietações, tu te precipites. Não te aconteça que, por esperar, etapas sejas queimadas, no afã de conseguires, de imediato, o que te pareça ser o melhor. Tudo é um processo, e tu vives, em teu atual momento, parte de um, com sua tensão e seu valor em vista da plena maturação. Tomando ciência deste processo, terás ocasião propícia de firmar um claro posicionamento diante dos próximos acontecimentos, o que pressupõe a passagem pela maturidade do discernimento.
Quando aquilo pelo qual tu tens trabalhado e esperado vier te visitar, não queiras te descuidar de detalhes tão necessários para que o acontecido possa aí se estabelecer e ter uma duração mais longa, mais permanente, que é necessária. Do contrário, poderás providenciar e até chegar ao que corresponde ao teu querer, todavia, haverá um desgaste interno que minará a base de sustentação de teu alicerce, tornando impossível continuar com um projeto por longo tempo acalentado, mas então sem condições de continuidade. É preciso, portanto, cuidar de determinados momentos, aqueles que dão a sustentação, que firmam elementos vários em um único e claro procedimento. Do contrário, internamente as coisas começarão a sofrer dissipação, e, por falta de unidade interna, o melhor que poderia acontecer terá se tornado apenas um sonho, uma ilusão. Não aconteça que, pela espera, venhas a te precipitar. Não aconteça que, em razão das esperas, tu queimes etapas e o que venha a surgir daí seja algo marcado por um inacabamento, uma impossibilidade de continuidade, uma fraqueza, um defeito interno na estrutura, pelo fato de o acontecido ter vindo fora do momento adequado.
Tudo é um processo. Não queimes etapas e, depois que o esperado vier a acontecer, cuida das condições que tornarão possíveis o que ali virá a se estabelecer. Se, uma vez tendo conseguido, descuidasses-te de saber como prosseguir para avançar, o melhor a ter continuidade morreria em seu nascedouro como um sonho que teria sido bem-vindo, sem, contudo, sucesso ter logrado.
Convém guardar: tanto para o que estejas vivendo quanto para aquilo que, eventualmente, possa vir ainda a se dar, prepara-te. Torna evidente todo o bom procedimento e a bom termo, por teu melhor empenho, tu haverás de chegar.” (Pe. Airton)