“Que minha alma não esmoreça, que o Senhor me livre do espaço da ilusão, que o Senhor cure de mim qualquer ferida se alguma vez em minha alma ela já tiver sido aberta. A ilusão é a imagem que esconde o essencial da realidade a ser vivida. Que o Senhor me livre da mentira e dos fantasmas que se criam em momentos de euforia ou instantes de ira. Que o Senhor me dê a chance que eu possa perdoar a mim mesmo, pois não perdoando a mim e a mim não dando uma nova chance, eu viverei, constantemente, a esmo. Que eu experimente a graça do perdão, ao menos o perdão que o Senhor me dá, para que eu saiba, também, compreender a medida do perdão que eu deverei testemunhar, conceder, realizar. Pois, só aqueles que já se sentiram profundamente perdoados sabem o valor que no perdão há. Que não se rebentem em mim antigas feridas. Que haja um tempo de trégua. Que o Senhor desça sobre minha alma como a terra ressequida necessita do orvalho para refrigerá-la após um dia de exaustão. Que o Senhor me conceda a paz para os meus dias, alegria para a minha vida, razão de ser e de viver para este meu coração. Que eu possa, de vez, encontrar uma razão para ser feliz.” (Pe. Airton Freire)