“E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.” (Lc 16,8)
“Em tua vida, elementos vão tomando curso, ajudando ou atrapalhando o percurso, com valor de uso ou constituindo-se abuso, clareando a mente ou tornando o coração obtuso. Em tua vida, tu podes experimentar o desejo de ir ou o de permanecer do lado de cá, assim como uma vontade de partir sabendo ter que ficar. Coloca-se para ti, então, a questão: perdas acontecem mesmo quando tu não mereces, mas mereces todas as vezes tirar de tudo uma lição.
Ganhos podem acontecer para além até do que tu possas prever, mas ganhos também podem te levar a te perder. Se não souberes como te haver, vindo a ganhar, poderás experimentar perdas, por não saber como a ti mesmo te controlar.
Ganhos e perdas participam da mesma realidade, pois há coisas que, vindo a perderem-se, constituirão ganhos e melhora na qualidade de vida. Por outro lado, há coisas que, se as ganhasses, começarias a te descaracterizar, perdendo o sentido e os valores mais firmes que em ti, nos tempos atuais, tens a conservar. Ao longo de um percurso, muitas coisas poderás conhecer; outras a elas poderão se juntar. Quanto a ti, convém discernir, distinguir antes de escolher qual a parte que contigo ficará.
Em tua vida, estás sempre tomando decisões – algumas difíceis, outras nem tanto – que precisam ser pensadas, bem avaliadas, para que tu possas evitar, enquanto estiver ao teu alcance, sofrimentos tantos e desnecessários. Em tua vida, é preciso, de constante, tomar determinadas posições, pois aqueles que não se posicionam sofrem em consequência de suas (in)decisões. Em tua vida, tu precisas, de constante, saber ao certo para onde tu queres ir, porque aqueles que não sabem para onde ir não saberão, tampouco, persistir. É preciso que, em tua vida, determines a ação ligada ao teu querer, pois as indeterminações não te ajudarão, mas, ao contrário, contribuirão para um conflito entre o teu desejo e o teu querer.
Na vida, hás que ter determinação sem ser intransigente. Determinando-te, grandes chances de sucesso terás. Hás que ser insistente, mas não inconveniente. O que determina uma ação passa pelo equilíbrio da mente (que, às vezes, mente) e do coração (sem coação) e também pela certeza do objetivo claro que se tem determinadamente.
Se tu viveres com determinação, não haverás de arrepender-te por querer acertar, mesmo que, em erros, como resultado, teu desejo venha a se dar. Erros poderão ser consertados se tiveres humildade, condição sine qua non para que apreendas as lições, estas que te acompanharão ao longo de tua vida em outras situações.
Considera que, na vida, estás sempre ensinando e aprendendo e que tudo tem o seu momento, que tudo vem com sua oportunidade. O que não pode te faltar é a determinação de seguir em frente, de levar adiante um projeto que guardas no coração. Volto a repetir: equilibrado com a mente, a fim de que não vivas nem a frieza da razão nem a tirania da paixão, é preciso agir com determinação.
Tu precisas tomar uma decisão, mas, para isto, convém fazer um discernimento, pois decisão tomada e posta em prática é por uma cisão marcada. Por algumas indecisões, tu poderás pagar caro, mas também por precipitações poderás não lograr suficiente, duradouro, desejável resultado. Que tu estejas bem certo acerca daquilo que queres fazer, e que a tua vida seja pautada por um reto proceder. Considera, exatamente, qual seja a razão principal do que te faz viver e querer, o motivo principal que te faz optar, pois essa (in)determinação no querer, expressa em (in)decisão, um preço alto para ti haverá de custar.”
(Pe. Airton)