“Tu precisas ser cauteloso acerca das coisas que consentes entrada em teu coração. Atento precisas estar a que tua forma de ser possa espelhar, afinal de contas, os valores que mais profundamente em ti são dignos de se crer. Não dês a tudo consentimento ao teu coração, pois, de lá, partem as maiores decisões, que são responsáveis por quedas ou soerguimentos, por alegrias ou sofrimentos. Teu coração, oásis que é, em meio à crescente desertificação, é o recôndito mais particular de tua morada. Se a tudo deres entrada, o que será de ti? O que dali procede resultará pró ou contra ti? Cuida das entradas e das saídas do teu coração e equilibra teu sentimento com o que vem da razão. Se ambos de mãos dadas caminharem, se a tua razão com o coração andar equilibrada, farás uma longa jornada, não livre de percalços, mas na certeza de que a obra será, enfim, realizada. Mas, se, ao longo da caminhada, fizeres tu concessões e deres entrada ao que valor algum, forma razoável, à razão concede, teu coração, réu, então, tornar-se-á. E, ao ser precipitado em grandes dificuldades, verás que tu serás o próprio caçador de ti e assistirás a teus inimigos, poucos ou muitos, rindo-se de ti. Tropeçarás com teus próprios pés, viverás uma situação criada por ti como os que vivem o revés sem saber de si.” (Pe. Airton)