“E quando a luz vier a faltar; e quando de teus antigos planos nada mais restar; e quando tudo tiver acontecido; e quando, alguma vez, acordares sem que ainda tenha amanhecido; e quando passares a duvidar profundamente de coisas nas quais tão intensamente acreditavas, o que teria se tornado difícil até de suportar; e quando sentires que terra aos teus pés veio a faltar; e quando perdas seguidas começares a contar; e quando dos antigos sonhos nada mais restar; e depois de tudo dito, feito, planejado, bem ou mal executado, perceberes que muito ainda ficou por se dizer, fazer e pensar, acredita: depois de tudo passado, depois de tudo por concluído ou inconcluso tiver sido dado, só o amor permanecerá, só ele restará, só ele será ainda o alicerce para que, a partir dele, em uma nova fase de vida possas tu entrar. Na força que no amor existe, confia, e cultiva-o como o bem mais preciso que em tua vida podes aportar. Dele, jamais queiras tu te afastar. Só ele é capaz de converter. Palavras podem até convencer; só o amor, contudo, é capaz de mudar, e a mudança por ele operada ficará. E se, em algum momento, disseres que nada valeu a pena, que tudo foi cansaço, mormente teu esforço, quais dias de grande mormaço; e se, depois de tudo e apesar de tudo, disseres que razão ainda tens para não mais querer permanecer em tudo o que tiveres vivido até ali, acredita: o amor, tão somente ele, como ponto de partida e de chegada permanecerá. E como apelo ele ainda continuará a registrar que vale continuar, pois, afinal de contas, o amor, só o amor, o resgate do sentido trará.” (Pe. Airton)