“Se tu não conheceres a natureza daquele ou daquilo com quem estejas lidando, tu poderás, na verdade, vir a trabalhar conteúdos que não repercutam da forma como supões ou admites, e isso a desencontros constantes poderá te levar. Por isso, tu precisas ter bastante claro primeiramente aonde tu queiras chegar e, depois, que tu tenhas o mínimo de conhecimento acerca dos elementos com os quais tu estejas a lidar. Do contrário, às cegas, tu acabarás caindo, tu acabarás não sabendo aonde estás indo e admitindo, por verdade, o que se trataria senão de um aspecto de um determinado acontecimento em um específico momento dado. Tu tomarias como geral o que é particular ou particularizaria uma situação quando de algo mais amplo estaria a se tratar. Toda pessoa com quem tu estiveres a lidar participa de um contexto, traz consigo uma história, um conjunto de elementos, estando ligada ao encadeamento de outros elementos como aquele que está ligado a um feixe, um feixe de relações. Por isso, se tu pensas em te introduzir de forma a querer que o outro de ti venha a admitir como sendo tu o único motivo ou único pretexto de tudo o que ela venha a fazer ou a realizar, tu estarias cometendo um grande equívoco, admitindo-te com uma dimensão para além do admissível ou admitindo o outro numa dimensão que ele de si próprio não esteja a perceber nem relação a ti mesmo. O mínimo de conhecimento é necessário, se tu estiveres querendo lidar com determinada pessoa ou situação. Depois, é preciso ter claro, precisamente, aonde queres chegar para evitar equívocos, mal-entendidos, erros de interpretação. Se tu tomares isso para determinados acontecimentos antigos ou mais recentes, vais perceber que esta colocação em algum ponto é pertinente. Tu não podes viver fazendo atualizações, repetições. Tu não podes te relacionar com o outro sem considerá-lo na sua totalidade plenamente. O outro não pode ser apenas um suporte de uma projeção de algo que tenhas ou não resolvido na tua história naturalmente.” (Pe. Airton)