“Alguém já disse certa vez: dá-me a tua graça e manda-me fazer o que quiseres. Tu podes pedir, como alguns já pediram: que eu possa sentir em minha alma a grandeza do amor que sentiste por mim, e aí eu poderei suportar, por causa do amor, tudo em que, amando, vier ali surgir, inferir. Amar para sorrir. Amar para não dividir. Amar para crer. Amar para persistir. E não dirimir, dividir. O amor precisa existir, mesmo quando lanceado, mesmo quando derrubado ou pregado. Amar para comunicar a graça. Amar para continuar… É a condição.”
Pe. Airton Freire
“Lembra-te de que a graça de que tu participas passa por ti, mas não vem de ti. Por ela, todavia, tu és responsável. Tu és responsável pela transmissão do carisma, como a vidraça é responsável pela reverberação da luz. Que a luz, em ti, reverbere. E não confundas a vidraça com a própria luz, como João Evangelista não confundia o precursor com o messias. Ele dizia: “eu não sou digno de desatar as sandálias dos teus pés” (cf. Mt 3, 11). E, ainda uma coisa tão evidente quanto natural ele anunciava: “está no meio de vós que em vós não conheceis” (cf. Jo 1, 26). Ele está no meio de vós. Basta que tu olhes em volta e tu podes ver onde tu podes servir ao teu Senhor.”
Pe. Airton Freire
(Texto do Livro “Dois”)