Aos Grupos da Terra:

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“Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22, 27)

Tu sabes, exatamente, o que fez o Senhor, como sinal, um dos últimos, de sua missão entre nós? Sabes como ele revelou o amor misericordioso, antes mesmo de deixar o memorial de sua paixão?

Tu sabes o que fez ele, quando, havia pouco tempo, os discípulos “discutiam entre si para saber quem era o maior” (Mc 9,34 e Lc 9,46)?

“Jesus levantou-se da mesa, depôs o seu manto e, pegando numa toalha, cingiu-se. Depois, lançou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugar-lhes com a toalha com que estava cingido” (Jo 13,4-5).

Em meio à soberba e à vanglória, Jesus se inclina e cumpre o trabalho próprio de um servo. Depois, quando volta para a mesa, comenta: “Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou. Se eu, pois, que sou o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, deveis também lavar-vos os pés uns aos outros” (Jo 13,12-14).

Ele se coloca “no meio de nós como aquele que serve” (Lc 22,27). Não coage, mas expõe, amorosamente, o não-lugar de servo de seus discípulos.

Ao aproximar-se o momento da sua Paixão, o Coração de Cristo, rodeado por aqueles que ama, abre-se em inefáveis labaredas: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros e que, do mesmo modo que eu vos amei, vós ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,34-35).

Servo e serva da Terra, vós revelais a face misericordiosa do Senhor à medida de tua insuspeitada caridade. Como? “Como eu vos amei”, disse o Senhor (Jo 15,12). Com que mística? Ele sublinhou: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29).

A característica que distinguirá os servos da Terra, em todos os tempos, já o ouvimos: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).

De que forma será revelado o nosso amor: “Como aquele que serve” (Lc 22,27).

Efetivamente.

Pe. Airton Freire