Evangelho: Marcos 9,2-10
“As situações pelas quais tu passas neste momento nem sempre são por ti compreendidas. Elas necessitam de um tempo de aprofundamento e discernimento, sobretudo quando existem gestos que podem se desfigurar ou outros que podem transfigurar-se.
O mesmo ato pode assumir sentidos diferentes a depender como ele for apresentado, como ele for compreendido, encarado e, sobretudo, vivido intensamente.
Nem tudo poderás compreender de quanto te esteja a acontecer. Por vezes, é preciso dar um tempo para que não se chegue a um estágio de saturação. Outras vezes, é preciso colher o fruto já amadurecido, no tempo devido, para que não se venha a perder todo o trabalho ao longo de uma plantação.
Nesses tempos em que estás vivendo, com tantas informações, possibilidades de soluções ou de entraves, tu precisas ter claro o próximo passo a ser dado, e para isso hás de ter segurança acerca do que hás de fazer no próximo momento.
Ninguém vive só para pensar o momento presente, já que as ações de agora decorrem para os momentos subsequentes, e o que tu vives, atualmente, é resultado de um passado pensado ou impensado em um passado distante ou recente. O que tu vives é resultado de atos pensados ou impensados em um passado distante ou recente.
Da mesma forma, não poderás te precipitar em uma decisão qualquer apenas para atender ao momento presente. Tu estás lançando semente para o que depois haverás de colher.
Antes de dar o próximo passo pensa, portanto, bem naquilo que tu vais fazer; porque isto pode levar a desfigurar ou a transfigurar todo um trabalho que, a custo, fizeste até então acontecer.
Poderás desfigurar e transfigurar um trabalho que, a custo, fizeste até então acontecer. Pensa bem no que estás a fazer.
Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo.”
(Pe. Airton)
“Para sermos escutados, não temos que ler num livro uma bela fórmula composta para um caso particular. […] Fora do Ofício Divino, que sou muito indigna de recitar, não tenho ânimo de sujeitar-me a procurar nos livros belas orações. Faz-me doer a cabeça, são tantas! […] umas mais bonitas que as outras… Não poderia recitá-las todas e, não sabendo qual delas escolher, faço como crianças que não sabem ler. Digo, muito simplesmente, ao Bom Deus o que lhe quero dizer, sem usar belas frases, e Ele sempre me entende…” (Santa Teresinha de Lisieux)
“O que não chega a ser concluído deixa o que como lição? O inconcluso faz apelo ao sentido sempre em uso. Todo ser, ao ser interpelado, há de responder com o que faça sentido, o adequado. O inadequado abre espaço ao frustrável. O inadequado deixa o ser não situável. Por isso, o inconcluso apela para aquele que interpela. Sem sentido, nenhum sentido há de haver. O sentido torna apto a viver quem o procura. O sentido questiona a exclusividade de um ato. Destituída de valor é toda ação que faz da exclusão seu objetivo ou principal valor. É preciso em tudo ser preciso. O impreciso é sem lugar e alvo. Que o adequado esteja presente em cada ato que tu vieres a empreender, pois inadequada é tanto a imprecisão quanto iniciar e deixar por se fazer. Antes de iniciar, convém ter claro aonde se quer chegar. Fazer sem sentido não faz sentido. O sem sentido é o inconcluso do ainda não acontecido. É a parte do que poderia muito bem ter sido. O concluso efetiva o sentido.” (Pe. Airton)