“É preciso viver a transitoriedade das coisas, sabendo que, nelas, pode-se decidir o que é definitivo. Em meio à transitoriedade em que nós vivemos, existe algo que vai se formando, que vai se constituindo e que se mostrará, afinal, como linha mestra, como linha central, a face do que vivemos. Os instantes, as ocasiões, os momentos vividos formarão, no conjunto, o plano de tua vida, o objetivo que tu tens perseguido. Tu não podes viver, nos tempos de agora, administrando o sem sentido, como se administrasses o caos. Tu deves saber que, mesmo nas cicatrizes, a partir do teu posicionamento, no teu olhar, haverá, nisso, um sentido. Sentido em tudo que existe, ao menos como lição, há. Mesmo da dor, fica a lição. Há sofrimento que nos aproxima, que nos faz mais irmãos. O certo é que o tempo da provação, esse tempo passará, pois não fomos criados para sermos provados, testados, como se além disso esperança jamais houvesse, como se sempre para a dor tivéssemos sido criados, dor que continua, dor que não cessa. Se for preciso, eu prefiro a dor a viver a ilusão. Se for preciso, eu prefiro viver a realidade, onde eu cresço, a viver um faz de conta.” (Pe. Airton)
“Para ser verdadeiro, carece ser espontâneo amar. Para formar comunhão, há de ser recíproco. Constante, para ser duradouro. Gratuito, para ser livre. No amor, nada se tem a cobrar. Amar é ser fiel a si mesmo e à própria natureza de amar. Quem ama cria laços, e estes são mais fortes que qualquer ato que, por lei escrita, poder-se-ia realizar. Amar é ser terno e exigente; fiel e, portanto, consequente. Quem ama põe-se a nu frente a toda sua verdade. O amor reintegra aquele que o concebe em si e, a partir daí, torna-se impossível guardá-lo só para si.” (Pe. Airton)