“É preciso que, de tua parte, descubras de que lado tens estado ou poderás estar, pois, se, eventualmente, tua fé se sentir enfraquecida, a caminhada, por conseguinte, estará comprometida. Faze da espera, mesmo que longa te pareça, um tempo de graça, a fim de fortalecer-te. Dá espaço ao que conduza a viver. Se relaxares na vigilância, tomado de certa ânsia, conhecerás sobrecargas, as que, mesmo no presumido certo, não te trarão paz. Vindo isto a acontecer, a quem haverás de recorrer? Todo tempo de espera corre risco de se perder, caso, por um descuido teu, num momento qualquer, o foco do necessário e conciso não souberes mais como manter. Está em ti ser previdente ou imprevidente, prudente ou imprudente, consequente ou inconsequente. Só na transparência e eficiência, colherás os frutos do que tens ainda pela frente. A fim de que não sofras o desencanto de cada desencontro, mantém firme a certeza de que, malgrado as dificuldades ou asperezas que tenhas que atravessar, a ti é dada sempre uma oportunidade para que o melhor de ti seja mostrado e, outra vez, como da primeira vez, possas recomeçar. A fim de que tu não sejas esmagado pelo insucesso ou aparente fracasso, é preciso saber que, a cada estação, outra sucede, sendo uma nova oportunidade para que possas retomar ou refazer o que em aberto, anteriormente, tenha ficado.”
Pe. Airton Freire
Papa Francisco comentou a passagem do evangelho de São Mateus em que Jesus pede aos seus seguidores para observar os ensinamentos dos escribas e dos fariseus, mas a não imitar o seu comportamento hipócrita.
O papa, então, diferenciou “a religião do dizer” e “a religião do fazer“, dando uma série de exemplos bem cotidianos, como o dos “pais que se dizem católicos, mas nunca têm tempo para conversar com os filhos, para brincar com os filhos, para ouvir os filhos”. E foi mais longe: talvez esses pais sejam os mesmos que “deixam os seus próprios pais em asilos e estão sempre ocupados demais para visitá-los, deixando-os abandonados”. Apesar disso, eles proclamam: “Sou muito católico! Faço parte da associação tal”.
“Esta é a religião do dizer: eu digo que sou assim, mas o meu agir é mundano”, denunciou o papa, chamado essa forma de “religião” de “fraude“.
E o que, afinal, um cristão deve fazer?
Em resposta, o Santo Padre citou o profeta Isaías: “Deixai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Prestai socorro aos oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei a causa das viúvas”.
O que o cristão verdadeiro deve fazer são as obras de misericórdia.
“No último dia, porque todos nós vamos ter um último dia, o que é que nosso Senhor vai nos perguntar? Será que Ele vai nos perguntar: ‘O que você disse sobre mim?’. Não! Ele vai nos perguntar o que fizemos!”.
Papa Francisco deixou claro: “O puro dizer nos leva à vaidade, ao fingimento de sermos cristãos. Mas não se é cristão assim. Que o Senhor nos dê a sabedoria de entender a diferença entre o dizer e o fazer. Que Ele nos mostre o caminho do fazer e nos ajude a segui-lo, porque o caminho do dizer nos leva para junto dos doutores da lei, dos clérigos que gostavam de se vestir e de viver como se fossem a majestade. E esta não é a realidade do Evangelho”. (Papa Francisco)