“Somente diante de teu Pai que esta nos céus, presença amorosa que é, é que vais compreender, plenamente, quem és. Ele é aquele que não exclui, mas que nos inclui entre a suas prioridades. O que dele se exclui é aquilo que com o amor não se afina, por não lhe dizer respeito. A presença amorosa do Senhor é aquela que nos interpela, nos convoca, nos chama, nos questiona a respeito de coisas que nós projetamos, coisas que estejam, por nós, negadas ou denegadas, afirmadas ou reafirmadas. A presença amorosa de teu Pai é questionadora, transformadora e verdadeiramente causa mudanças – não pelas vias da ânsia – é poderosa, mas não é esmagadora, é amorosa. É diante dessa presença que nós estamos a nos colocar. É o teu Pai que está nos céus, é aquele que diante de ti pouco a pouco descobre os seus véus, os seus mistérios, é aquele que se revela porque só sabe amar, só faz amar, outra coisa não faz e não fez senão amar. Ele é presença que quer te resgatar, porque quer te salvar, quer certos conteúdos em ti eliminar, afastar. Ele quer te chamar para que, com Ele, tu possas estar. É diante dessa presença que nós nos colocamos através do Filho Jesus, aquele que maior prova não poderia dar de amor senão a que fez morrendo na cruz.
Para certos questionamentos, nós procuramos, a partir da presença do Senhor, uma resposta alcançar. Para os que se permitem trabalhar, não se tornarão, ao longo dos anos, embrutecidos, um viver que não faz sentido, como dias que anoitecem, sem terem amanhecidos ou como fatos acontecidos mas não vividos.
A presença amorosa do Senhor é a que dá sentido quando existe um projeto definido, mesmo quando sua execução implique em dor. É a presença que nos livra do desamor. Ela santifica a dor graças ao seu Espírito que vive em nós. É ele quem desata os nós. É ele que confere sentido ao que já até então pareceria perdido. É o Senhor quem renova a esperança e, por causa dele, a esperança não se cansa. “
Pe. Airton Freire
(Texto do Livro “Sol Entre Nuvens”)