“Todo retorno marca o fim de uma espera que poderá ter sido breve ou longa. A alegria da chegada faz a festa dos que pela volta esperam. E tanto maior o tempo de ausência, mais intenso será o reencontro que não é senão a atualização do encanto do primeiro encontro. Repita-se o que já fora dito: fomos criados para nos encontrar e, por isso, os desencontros nos fazem sofrer tanto a ponto de nem sempre se saber ao certo como suportar. Assim se passa entre os que se amam e não apenas entre os que se suportam. Os que, assim, portam-se, alegria alguma, por esta via, aportam. Desertos e oásis, a partir daí, haverá. Afinal de contas, com que ou quem, na vida, pode-se contar? É preciso que o ter em conta propicie o encontro que gera o encanto; do contrário, de um sistema de mútua cooperação estaremos tratando (duração isto teria até quando?), sem saber, contudo, com que proximidade estaríamos lidando. De proximidades tratando-se, tenha em mente que convém o equilíbrio a quem segue em frente para o alinhamento de certos elementos, como disposição interna e momento adequado, na efetivação de um projeto, em preciso espaço e tempo. Um ponto de equilíbrio tu precisas encontrar, definitivamente; do contrário, serás semelhante a uma nau ao sabor dos ventos. Para que evites riscos de seres precipitado contra as rochas nas marés ou que a desertos sejas levado, hás que estar atento aos sinais dos tempos; eles falam mais do que palavras conseguem dizer. Pois a palavra não recobre toda verdade daquilo que se pretenda fazer ver.” (Pe. Airton Freire)
“Tu precisas ser cauteloso acerca das coisas que consentes entrada em teu coração. Atento precisas estar a que tua forma de ser possa espelhar, afinal de contas, os valores que mais profundamente em ti são dignos de se crerem. Não dês a tudo consentimento ao teu coração, pois, de lá, partem as maiores decisões, que são responsáveis por quedas ou soerguimentos, por alegrias ou sofrimentos. Teu coração, oásis que é, em meio à crescente desertificação, é o recôndito mais particular de tua morada. Se a tudo deres entrada, o que será de ti? O que dali procede resultará pró ou contra ti? Cuida das entradas e das saídas do teu coração e equilibra teu sentimento com o que vem da razão. Se ambos de mãos dadas caminharem, se a tua razão com o coração andar equilibrada, farás uma longa jornada, não livre de percalços, mas na certeza de que a obra será, enfim, realizada. Mas, se ao longo da caminhada, fizeres tu concessões e deres entrada ao que valor algum, forma razoável, à razão concede, teu coração, réu, então, tornado, precipitado em grandes dificuldades, verá que tu serás o próprio caçador de ti e assistirá teus inimigos, poucos ou muitos, rirem-se de ti. Tropeçarás com teus próprios pés, viverás uma situação criada por ti como os que vivem o revés sem saber de si. Volto a insistir nesta afirmação: “A tudo, não dês entrada ao recôndito mais particular do teu coração”, porque, uma vez aí tendo se estabelecido, haverá de querer fazer parceria contigo e fazer dos teus ditos desmentidos, dos teus atos momentos a serem balizados ou avaliados pelas razões de quedas ou perdas de sentido.” (Pe. Airton Freire)
“A realidade mais profunda que nós experimentamos é que nós nos modificamos com o passar dos anos, positiva ou negativamente falando. Contudo, um núcleo em nós é constante. Nós nunca somos os mesmos de tudo o que fomos antes. Existe algo em nós que está em constante mutação e que, nesta condição, pode levar a avanços progressiva e positivamente, bem como a regressões profundas, nunca imagináveis antes. A questão está na forma como tu hás de encarar determinados acontecimentos que podem te levar a superações internas ou externas. Isso pode levar a um consequente crescimento ou a evidências de algum registro no qual queiras te fixar e aí permanecer petrificado, como se à imagem daquele fato estivesses tu colado e não quisesses ou pudesses dali sair e não te permitisses, tampouco, progredir.” (Pe. Airton Freire)