No próximo sábado, dia 3 de Novembro de 2012, ocorrerá a inauguração da Casa Santa Clara de Assis, em Arcoverde/PE.
A Casa Santa Clara de Assis atenderá em regime de semi-internato crianças e jovens do sexo feminino, oriundas dos espaços onde a Fundação Terra atua (zonas rural e urbana do interior de Arcoverde/PE).
Este novo projeto da Fundação Terra tem como objetivo principal atividades que estimulem o protagonismo infanto-juvenil, incentivo à cidadania, espírito de cooperação, desenvolvimento da auto-estima, fortalecimento dos vínculos familiares, visando à proteção social das participantes.
Aos Grupos da Terra:
“A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus Cristo, da lei do pecado e da morte.” (Romanos 8,2)
Os elementos constitutivos da vida a dois podem, sob diferentes ângulos e matizes, ser abordados. Quanto ao tempo que dispõem sobre conhecimento (este sempre atualizado), decisão e efetivação do vínculo entre ambos, um período, (in)suficientemente curto ou longo, há de ser dado. Trata-se de um conjunto de condições que porá em evidência o lugar de um e outro na constelação significante que, em torno deles, há de se desenrolar. Esse elemento tempo, dito do necessário ao conhecimento, sempre suscitou diferentes pontos de vista entre as partes (des)interessadas. Para todos, entretanto, o matrimônio só tem sentido enquanto instrumento que permite instalar, do lado de cada uma das partes, a regra de se viver um para o outro, sem perda da individualidade, o projeto de vida pelo qual ambos decidiram no uso de sua liberdade.
Uma nova posição marca a vida conjugal, tanto para o homem quanto para a mulher: de um lado, a necessidade de suspensão de julgamentos acerca de gestos e atitudes que, eventualmente, tenha um dos parceiros, em velada rivalidade, o que corrói, na base, qualquer relacionamento; de outro lado, a regra dita da “cumplicidade”, decorrente da primeira, pela qual ambos se percebam de um mesmo projeto fazendo parte. De movimentos espontâneos, há tudo isso que se tratar, precisa-se dizer.
Dado que a vida matrimonial está submetida a uma temporalidade e ocupa um espaço para seu desempenho, há que se prever, ao longo do seu acontecimento, uma disposição interior de se elaborar o que, entre os cônjuges, carente for de se trabalhar.Há cada um que respeitar a temporalidade do outro. Esta é a condição de permanência da relação de ambos. Pois cada um precisa elaborar conteúdos vivenciados pelo que tiver sido entre ambos criado e/ou, como vivência, trazidos de dentro para fora da relação. Há que se levar em conta a conduta do tratamento um com o outro.
No que concerne ao dinheiro, esse que circula no seio familiar ou ali é negado, em seu devido lugar há que ser colocado. Esse elemento não acontece tão-somente como supridor das necessidades, mas simboliza tanto o que supre quanto o que suprime em forma de carência. Dinheiro, no trato entre marido e mulher, não diz também tão-somente do poder de compra que cada um; pois, o dinheiro tanto salva a sua individualidade e liberdade, quanto o trabalho, para dele se manter. Na sua relação de troca, de outra “compra” poderá se tratar, bem como do poder de retribuir, atribuir, manipular. O ato de se poder, pelo dinheiro, “fazerem-se compras”, traz consigo uma função simbólica e simbolizante. Isso é tão presente, que se torna emergente, ao menos como objeto de fala, quando há “separa-ação”.
Os elementos acima apresentados se encontram concernidos de maneira a permitir se perceber a realidade que constitui, limita e flui a relação a dois. Isso torna possível repassar o que tem sido essa realidade de pacto, “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”, para além do que conforma o usualmente aceito.
Pe. Airton Freire