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“Esquecido do fica para trás, lanço-me para o alvo.” ( Fil 3, 12 )
Com dúvidas e certezas, em tua vida, haverás de conviver. Hás, contudo, que ponderar e entender, a fim de que as certezas não te levem a ufanar-te, nem as dúvidas a paralisar-te, como é comum acontecer. Ufanar-se equivale a inebriar-se. E aqueles que se inebriam, não tendo equilíbrio, acabam por cair ou se perder. As tuas dúvidas, dunas que são, ao longo de tua vida, haverás de ter. Elas te levarão a aprofundar tuas certezas, a não as absolutizar, a fim de que não caias nas antigas valas, mas a agir com serenidade e firmeza. Dúvidas e certezas, a depender da forma como vieres administrar, poder-te-ão amadurecer e fazer-te crescer. Todavia, vindo a se tornar perdido teu equilíbrio, no precipício do que não te dará abrigo, serás lançado. Deserto, então, a partir daí, constituir-se-á viver sem sentido, fazendo da dúvida crença, como assim fazem os que vivem isolados.
Confundindo razões e sentimentos, viverás em turbilhões, qual areia e vento, sem destino certo aonde tudo isso te levará. Razões, na vida, haverás sempre de dar, mesmo para o que razão nenhuma haverá. Vindo isso acontecer, distante da estrada que leva aos oásis, começarás a te mover. Até para motivações não claras, quando um querer quiser se impor, razões aí, de certo, haverá para “explicar” e mostrar que a verdade ao teu lado nisto está . É “nisto” que de perdas haverás de te acompanhar. E se te identificares com tuas dúvidas, não procurando as razões primeiras do que te faz duvidar, a água, a que vem da fonte e alimenta mananciais, poderá te faltar. Duvidando, a ponto de acreditar que, na dúvida, reside o sentido, fazendo da fé desmentido, incorrerás em superposições de contraditórios, a mercê do ilusório, o que em nada resultará. Perderás, então, o equilíbrio e darás ao que dispersa um valor indevido, no que reside grande perigo. Maior, contudo, é o que, primeiramente, dentro de ti estará. Pois, se com dúvidas e certezas, ao longo de tua vida, poderás, muito bem conviver, o que não podes é o senso de orientação vir a perder, início que seria da perda do sentido de viver. Longa travessia, em desertos, assim, iniciarias e, sem rumo, a lugar algum chegarias.
Se não vieres bem te administrar, não saberás, no momento devido ou nos inesperados, como bem te haver. Isso quem viver verá: dúvidas e certezas, na vida, sempre terás. Importa, pois, como em equilíbrio constante se manter.
Pe. Airton Freire