“Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo.” (Mateus 26:38)
Jesus em um grande esforço, separa-se dos seus discípulos e vai para mais adiante, no Getsêmani, abrindo seu coração com maior liberdade diante do Pai. A natureza humana do Mestre estava tão profundamente angustiada que ele, então, deixou-se cair de joelhos com o seu rosto prostado em terra.
“E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.” (Mateus 26:39)
Jesus sabia que a redenção do mundo seria conquistada com o sofrimento e morte do Messias. A consciência desse fato deu, então, ao Mestre forças para seguir em frente.
O que estava diante dos olhos de Jesus, que o trazia tão grande angústia? Sem dúvida, o seu sofrimento e a sua morte, sentimento natural da natureza humana do Mestre, pois ele era tão humano quanto nós somos. Essa, porém, não era a principal causa das angústias de Jesus. Como disse São Tomáz de Aquino: “se Cristo foi tão afligido, não foi somente porque ia perder a vida; foi também por causa dos pecados de todos os homens”.
“Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5)
“E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.” (Mateus 26:42)
“E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.” (Lucas 22:44)
Foi por ti, foi por mim, foi por todos nós. Jesus, amor infinito.
“A semente do bem e da paz brota e cresce, porque a faz amadurecer o amor misericordioso de Deus”: foi o que recordou o Papa Francisco nas suas palavras antes de rezar com os fiéis reunidos na Praça São Pedro a Oração do Angelus. O Santo Padre comentou que o Evangelho de hoje tem duas parábolas muito curtas: a da semente que germina e cresce por si mesma, e a do grão de mostarda. Através destas imagens do mundo rural, – disse o Papa – Jesus apresenta a eficácia da Palavra de Deus e as exigências do seu Reino, mostrando as razões da nossa esperança e do nosso compromisso na história. Nesta ótica, sublinhou: “o nosso fraco trabalho, aparentemente pequeno, diante da complexidade dos problemas do mundo, se inserido na obra de Deus não tem medo das dificuldades”, porque a “vitória do Senhor é certa: o seu amor fará brotar e crescer cada semente de bem presente na terra”. Isso – exortou – nos abre à confiança e ao otimismo, apesar dos dramas, injustiças e sofrimentos que nos deparamos. “Rezemos tanto que venha o Teu Reino, é ele que o faz crescer”, explicou recordando que a semente é “a Palavra de Deus, Palavra criadora, destinada a se tornar o grão cheio na espiga”. “Esta Palavra se for acolhida, dá certamente os seus frutos, porque o próprio Deus a faz germinar e a amadurecer através de caminhos que nem sempre podemos verificar, e de uma forma que não sabemos”. Tudo isso nos faz entender que é sempre Deus que faz crescer o seu Reino, o homem é o seu humilde colaborador, que contempla e se alegra pela ação criadora divina e espera pacientemente pelos frutos. “Gostaria de recordar a todos vocês mais uma vez – disse o Papa concluindo -, a importância de ter o Evangelho, a Bíblia ao alcance da mão, um Evangelho pequeno no bolso, na bolsa, e ler todos os dias: é esta a força que faz germinar”.
Evangelho de hoje (Mt 5,38-42): “Ouvistes que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’. Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede emprestado”.