“A tua espera é uma ação confiante? A tua espera é um descrédito em razão de que deixas ir para ver como poderá ser? O que esperas ainda? O que em ti resta como esperança ainda? Tu és senhor da tua história ou acreditas que tu cumpres uma sina? Se compres uma sina, quem em baixo assina? A responsabilidade cabe a quem? Devido a quê? Estamos vivendo um tempo no final de um percurso em que convém pensar se vives na alegria do encontro ou vives a suportar, a pelejar a todo custo, tanto faz aqui como em qualquer canto? Que susto será se, depois da espera, nada vier a se encontrar! Será? Se e somente se, tal poderá ocorrer, colocando-se a esperança no que não tem, por si mesmo, base de sustentação que possa te livrar do inesperado da decepção. Em Deus e tão somente em Deus, estarás a salvo do mundo da dispersão, embora não o possas sempre compreendê-lo, por ser ele, por inteiro, absolutamente próprio na forma de ser e inteiramente livre em sua expressão. Não sejas tu semelhante a um carro que caminha à contramão. Que ao longo de tua vida vivas a realidade do encontro, apesar de tantos desencantos e desencontros induzindo a erro, à ilusão.” (Pe. Airton)
“Há pessoas que estão de tal forma fascinadas, que vivem com o perigo ao lado, não sabendo que, a qualquer momento, o seu breve equilíbrio poderá ser quebrado. Estão fascinadas e, por isso mesmo, isoladas. Não percebem o que se passa ao derredor senão o objeto pelo qual se sentem fascinadas, e o seu olhar não enxerga nada além do que as fascina. É necessário, em tais momentos, haver uma quebra desse encantamento (fascinação de um momento), que é, afinal de contas, puro rebaixamento. É necessário que algum acontecimento possa fazer tal pessoa se acordar, a fim de perceber que, se assim continuar, em algum ponto, há de se quebrar. Existe um fascínio que nos leva a nos encantar e, por causa dele, mesmo nas crises, podemos ser levados a dificuldades múltiplas ultrapassar. Há fascínios, contudo, que não nos permitem enxergar os dados da realidade e, por mais que estes se nos apresentem, não conseguimos perceber a sua veracidade. Por isso, é preciso discernir entre um fascínio que entorpece e outro que faz ver e querer vencer.” (Pe. Airton)
“Toda imobilização frente a algo que paralisa não procede do Pai. Se tu estiveres diante de algo cuja visão — ou cuja presença — te paralisa, deixa-te sem ação, sem condições pessoais para decidir, estarás diante de algo que não procede de Deus. Nunca foi nem nunca será de Deus o que mantém à margem. Impossível. Não procede do Pai. Procede do Pai a liberdade, e não o assujeitamento, o avassalamento. Pois somos filhos, e “Deus não nos deu um espírito de escravos para que vivamos no medo, mas nos deu um espírito de filhos pelo qual chamamos a Deus: Aba, que significa Pai” (Rm 8,15). ” (Pe. Airton)