“Tantas são as opções que se apresentam, que difícil se torna saber qual a decisão a tomar. Estamos num período em que o ato de tomar decisões ganha força e peso demasiadamente fortes. Uma chance perdida é mais uma chance que deveremos recuperar adiante, se quisermos recuperar. Uma oportunidade não aproveitada é menos uma oportunidade em razão de outros passos que poderíamos dar. Mas quem vive e crê (e viver já é um ato de fé) precisa ter, ainda, que optar. E, se vivemos, precisamos discernir, para que não fiquemos ao sabor do momento, à mercê das circunstâncias. Sem discernir, seguiríamos em frente, sem outra escolha senão ir administrando o que nos traria o tempo, seguindo as estações, acumulando dias, somando datas, e, quando tivéssemos tempo, descansar para, outra vez, recomeçar. É preciso discernir. Só que nós aprendemos dos grandes santos, místicos, que as grandes decisões não são tomadas em períodos de grandes consolações nem de grandes desolações, porque se corre o risco de não levá-las adiante. ‘O que vou fazer agora?’. Apresento-te uma sugestão. Busca ficar diante do Senhor e, no silêncio, tenta responder e escrever: ‘Como eu estou? O que ocupa meus pensamentos? O que está em minhas intenções? De que mais me ocupo? Onde residem minhas maiores dúvidas?’. Escreve isso que nós chamamos de tua situação existencial. Depois que escreveres, da forma como te vier, procura grifar as expressões que para ti são mais significativas ou os elementos que, para ti, são os mais significantes. E, feito isso, tu vais te perguntar, num terceiro momento: ‘O que eu preciso discernir? No meio de todas essas coisas, o que eu estou precisando discernir?’.” (Pe. Airton)
“Acredita: vale a vida, vale a esperança. Mesmo que tenhas, em algum momento, cometido algum ato de desamor que te tenha causado enorme perda ou dor, considera que o amor incondicional daquele que te ama é o que faz estancar essa sangria. Não estás só. O Pai é primeiro interessado na obra que realizas. A esperança que cultivas em teu peito é que te dá a certeza de que verás os sinais de que, apesar de tantos ais, há motivos para se crer. Retoma a partir do ponto onde ficaste. Reconstrói o que estiver sido partido. Reconstitui-te a ti mesmo, pois não podes sair estando tu ainda dividido. Confirma na fé e na esperança os teus. Dize-lhes: a vida está ao nosso lado. Ele vive e convoca os seus. Recomeça, agora e sempre, como se fosse a primeira vez. Após cada noite escura é um tempo de recomeço; após enormes turbulências, a suavidade tem sua vez.” (Pe. Airton)
“É na simplicidade de tua confiança em Deus que conseguirás entender que toda a tua vida está em suas mãos, que Ele é teu futuro e que todo o presente é melhor que qualquer passado. “Esquecido do fica para traz, lanço-me para a meta que é Cristo Jesus”, assim escreveu S. Paulo (Ef 3, 12 – 15). Exige abnegação descobrir e aceitar, como forma de vida, o essencial, a melhor parte do que pervade toda a realidade, essa em que estamos. Se eu me abnego, eu me torno simples, porque eu faço a opção de viver o que é essencial. Para viver a simplicidade, é preciso abrir mão de antigos ganhos, os ganhos secundários que acompanhavam os antigos costumes. Se vivo o que é prioritário, vivo o que é verdadeiro. Descobrir o essencial da existência é incorporar o que à vida dá sentido. E como a vida é mais que comida e bebida, vive o essencial da vida quem, com autenticidade, sabe viver, “quer na fartura, quer na penúria” (cf. Fl 4,12 ). Que Deus te conceda a graça de que a simplicidade, sinônimo de transparência, do essencial, de entrega confiante ao Pai, marque, verdadeiramente, teu estilo de vida. E que a coragem da renúncia, morte para certas coisas para que outras vivam, acompanhe-te e dê a tônica de tudo o que fizeres. E que o Deus da paz, cuja ternura supera todo o entendimento, esteja contigo.” (Pe. Airton)