“Aos poucos, vamos percebendo que o novo tempo para nós estará sendo bem mais do que antes poderíamos planejar e, tão somente, por termos dado espaço à graça que por nós já procurava, por nós já ansiava e agora espaço pôde encontrar. E, nesse novo tempo que está nascendo, convém que cultivemos a esperança, que não a deixemos fenecer, pois, quando ela nasce, é como tenra planta com a qual não se tendo cuidado pode esmorecer e, na primeira oportunidade, procurar outro espaço onde ela possa, como em ti, desenvolver-se. Por isso, poderíamos então nos perguntar: quais os sinais de esperança de vida nova ou vida plena que, em nós, malgrado as dificuldades, podemos observar? Quais as coisas das quais antes nos sentíamos tão distantes e que, no exato instante que estamos vivendo, fazem parte do cotidiano? Como plantas que brotam da terra nas primeiras chuvas e não deixam a esperança morrer quando parecia já estar morrendo, sinais de esperança, em nós, há. Acontecimentos, dentro ou fora de nós, falam da nova estação que está a emergir, e os primeiros sinais de brotos já se podem observar. É preciso, então, cultivar a esperança. Não há lugar para ânsias, o tempo da espera está quase no fim, e o que, dantes, para nós, parecia impossível, agora, já se conta como bem provável, porque o Senhor assumiu a nossa causa e nos fez sinal do amor que não esconde alegria. Pois não fomos deixados à revelia, em tendo acreditado que, após a longa noite, nasceria o dia. Um novo tempo está nascendo. Os campos estão florindo. O que hoje estamos plantando, em breve, estaremos colhendo, e a graça, que não nos faltará, em sendo cultivada, até o último instante, será aliada da esperança que jamais nos decepcionará. Um novo tempo para nós está surgindo. Sinais deste novo momento, os seus sons primeiros, estão se ouvindo. É tempo de se alegrar. Ainda que longa tenha sido a travessia, dela será o canto do novo dia que já começa a raiar. O Senhor tem sido fiel e, nestes tempos de agora, ainda permanece. Não vale esmorecer, entregar-se, mas integrar-se, porque valeu a espera. O Senhor está lá fora, e, em breve, o dia vai chegar.” (Pe. Airton)
“Quando se analisam fatos somente por um lado, riscos maiores existem, e estes seriam evitados se, por ângulos diferentes, a questão fosse analisada. Decisão sem discernimento é precipitação, porta de entrada a graves acontecimentos. Desconsiderar as variáveis possíveis de determinado acontecimento poderá precipitar-te e inquietar-te pelos fatos daí decorrentes. Guarda, portanto, o que aqui reitero: o valor de um ato não se mede pelo sucesso em termos de resultado, pois resultado não garante permanência. Tu precisas administrar-te e ter objetivos claros a fim de seguir adiante. Viver é correr riscos, mas alguns deles podem ser evitados.” (Pe. Airton)
“Pede ao Senhor que te conduza por caminhos pelos quais tu não possas te decepcionar. ‘A esperança não traz confusão’ (Rm 5,5), a esperança que é posta em Deus. Insisto: pede ao Senhor sinais de discernimento. Depois que tiveres discernido, pede ao Senhor que isso seja comprovado na vida, para que não possa acontecer que estejas dizendo ser do Senhor o que não é, senão, uma fantasia, uma ilusão tua. Uma vez tendo discernido, lembra-te de que o joio e o trigo se parecem muito, e a diferença entre eles só se fará no tempo da colheita. Por isso, uma vez tendo discernido, pede ao Senhor que confirme isso em acontecimentos. E eu tenho certeza de que ‘Aquele que iniciou esta obra em ti levará a bom termo’ (Fp 1,6). Pois eu não posso acreditar, na minha mente limitada, humana, não posso acreditar, admitir sequer, que Deus possa colocar no coração de alguém um tal desejo de amá-lo e depois retirar a possibilidade de conhecê- lo. Que Deus possa colocar no coração de alguém o desejo de fazer o bem e não dá-lo as condições para alcançar, impossível é admitir isso. Lembra-te do que já fora dito por S. Agostinho: ‘O desejo de amar já é amor’. E ainda: ‘Eu não te procuraria se já não tivesse te encontrado’.” (Pe. Airton)