“Podemos, de antemão, adiantar que a salvação que nos trouxe Jesus não foi porque lhe deram morte de cruz (Fil 2, 8), mas porque viveu para o Pai em absoluta fidelidade. Isto é, Cristo mereceu de Deus a salvação para todo o gênero humano, o que por nós próprios não conseguiríamos. Tendo vindo para fazer, em tudo, a vontade do Pai, Cristo Jesus encontrou uma tal recusa de sua oferta de amor à humanidade que outra saída, em circunstâncias tais, não havia senão aceitar a morte. Veio para o que era seu e os seus não o receberam (Jo 1, 11). Ele foi objeto de recusa, bem como a Boa Notícia que anunciava. Quanto à sua morte, aos poucos é que para Ele ia se definindo, à medida em que, mais explicitamente, fecha-se o cerco contra Ele. Foi a partir do Não ao Filho (expresso na cruz) que Deus transformou em Sim, em razão de Seu amor incondicional à humanidade. Isso é completamente diferente do que se canta em algumas comunidades cristãs: Deus enviou Seu Filho amado para morrer em meu lugar; na cruz pagou os meus pecados… Essa compreensão acerca da ação de Deus, embora bastante difundida, não corresponde ao pensamento do Evangelho de João, por exemplo. Jesus é o Sim de Deus (cf. II Cor 1, 19). A cruz, o sangue, a dor foram consequências desse Sim absoluto ao Pai. Nele a humanidade com Deus foi reconciliada. A cruz, então, antes expressão de recusa, foi transformada em sinal de salvação.” (Pe. Airton)
“Volto a dizer: se for para refazer, que refaças a ti mesmo primeiramente. A depender de teu olhar, de um ângulo diferente, poderás enxergar coisas que até então não conseguirias ver. Se tu te dispuseres a mudar de lugar, verás o mesmo de um outro ângulo na perspectiva de novos horizontes, que são possibilidades outras. Não te convém insistir em repetir, o que já deu mostras de que não vale continuar da forma como até então se costumava administrar. Alarga o olhar e os teus horizontes se modificarão. Mas, lembra-te: malgrado tenhas pouco ou muito caminhado, o horizonte permanecerá para ti no mesmo lugar, como para te desafiar a não parar e superar-te sempre onde quer que tenhas chegado. O horizonte quer te mostrar que, mais além do que conseguiste, ainda tu poderás alcançar. Se for para refazer, que seja em nova modalidade.” (Pe. Airton)
“Lembra-te que a realidade possui uma riqueza bem maior do que os melhores sonhos teus já sonhados. A riqueza da realidade consiste, exatamente, em que ela segue um curso, independente de milhões de diferentes vontades. Em razão disso, tu precisas administrar todos os momentos em que estejas presente. Lembra-te e registra o que já disse e, agora, repito: transitório é o que temos de mais permanente. Por sobre toda a transitoriedade, contudo, há um poder independente, maior que tudo, e que tudo acompanha e opera de forma absolutamente eficiente, segundo o Seu plano.
Que as esperas não fustiguem a tua alegria. Que a dor do não acontecido não te bloqueie os sentidos e percas o que há de mais valioso na vida, como a alegria. Repito o que já disse em outras ocasiões: tu és a melhor parte de tudo que te aconteceu até este momento; pois, nenhum acontecimento teria valor para ti se aqui não mais existisses. Valor, contudo, haveria se fosse dada continuidade ao que plantaste, pensando no bem daqueles em quem pensaste, ao por em execução o que criaste.” (Pe. Airton)