“Depois que tu te situares a respeito de como estás vivendo, que responderes a pergunta ‘como estou?’ procura, em seguida, diante de Deus, responder a esta outra pergunta: por que razão? E que não queiras tu encontrar para isto uma explicação que te possa te dar um certo alívio ou sossego, procurando forjar elementos, a explicar certos apegos, desapegos, para justificar ou não justificar certas cismas, certos medos. Convém que tu perguntes e diante do teu Senhor descubras a razão de que neste momento estejas assim. O que te faz seguir nessa direção? É algo inevitável quanto é certo que amanhã virá o dia? Tem que acontecer como é certo que hoje vai escurecer? Por que razão? A razão reside em que? Em quem? Terei de continuar a viver, a proceder como até agora eu tenho procedido então? Então, em assim fazendo, há de te situar diante do que estás vivendo, em determinada situação. E depois tu vais perguntar diante do Senhor teu Deus: Por que razão? Se fizeres isto, com certeza, nova luz surgirá sobre ti e o teu Pai que está nos céus não te deixará largado, abandonado como algo deixado, não encontrado; não permitirá que continues de ti mesmo desencontrado. Lembra-te que pelo sangue do Filho tu foste resgatado; tu és precioso aos olhos do teu Senhor.” (Pe. Airton)
“Quando alguém, verdadeiramente, te amar, amar-te-á pelo que és ou até apesar do que és; amar-te-á por causa de, ou até apesar de. São coisas que se passam a nível de íntima comunhão, são coisas e que, uma vez acontecidas, conduzem a uma nova maneira de pensar, de enxergar, coisas não só feitas à mente nem ao coração. Mas, afinal de contas, por que, apesar de se amar, o que faz com que alguém se perceba fazendo até o que não quer, negando em atos até o que o leva a pensar, não tendo sempre explicação para negar o que planeja alcançar? O que torna alguém encontrado ou desencontrado? O que responde pelas suas mais frequentes perdas e achados? Em que ocasião? Isto resulta de um conflito entre mente e coração? Isto resulta de uma opção? Ou resulta, até, de coisas para as quais, no momento, não se encontra ainda plausível, suficiente explicação? Qual o momento primeiro, diante do qual o sujeito não se sente seguro quanto a qual será sua melhor opção? Como exercício, sugiro-te que escrevas, agora, num papel, tudo o que te vier à mente. Sobre o quê? Responde tão somente a esta pergunta: como estou? Isso te levará a que penses sobre os teus relacionamentos, as tuas opções, os teus planejamentos ou não planejamentos, sobre o que mais ocupa a tua mente, aquilo que está prestes a ser objeto de tuas decisões. Como estou? Faze disso, agora, tua oração, pois, aí, tu vais te situar diante daquele que é o Senhor de tua história, de toda a criação.” (Pe. Airton)
“O que resulta em crescimento precisa de um tempo de preparação; aliás, todo crescimento resulta de um momento antecipatório. Um momento de adubação, fertilização, preparação do solo. Todo crescimento passa, antes de qualquer outra, coisa pelo reconhecimento do chão; onde se pisa, onde se trabalha, onde se fará a semeadura, onde surgirá o broto, onde haverá aguação. Se os momentos primeiros não forem considerados, destinos diversos poderá ter a semente, como já disse o Evangelho. É preciso preparar o chão e saber que as maiores decisões partem todas logo cedo, bem antes de acontecerem, do espaço mais recôndito do que, ao passar ganha um sentido, a saber, o coração. Então, cuida desse espaço mais recôndito de tua alma, porque de todos os lugares, de todos os abismos, mares, espaços, constelações, foi ali que o Senhor escolheu para fazer morada. O espaço mais sagrado que ele encontrou, o espaço do teu coração. Ali poderá surgir, dali surgirão crescimentos ou quedas. Soerguimentos ou depressões. É dali que brotará o que resultará em haver sentido naquilo que tu fazes, naquilo onde tu ages. Cuida dessa dimensão tão preciosa do teu ser. Cuida da centralidade na qual se decide a maneira como hás de viver.” (Pe. Airton)