“Existem esperas que conduzem a um encontro, e existem demoras que levam ao abandono. Os que se sentem abandonados têm a esperança por esquecida; há, contudo, que alimentá-la, recuperá-la plenamente em tempo devido. Aqueles que se sentem abandonados podem ter a esperança ao seu lado a lhes fazer viver, e os que, esquecidos dela, estiverem, sobreviverão. Contudo, não terão uma razão mais profunda de ser nem de viver.
Qualquer que seja a situação pela qual venhas tu a passar, qualquer que seja o oásis ou o deserto em que tu possas estar, acalenta a esperança. Não desanimes e jamais a ninguém ensines que não vale a pena a esperança ser cultivada, pois, se ela de ti se afastar, assim como com aqueles que são exilados, difícil, depois, será voltar. Poderá acontecer que a esperança, de ti desligada, deixe tua alma insaciada acerca de coisas que em seu lugar tu teimes em colocar. Por mais coisas que venhas tu ali a depositar, continuará ainda a brecha, o espaço de ausência, reclamando a esperança. Melhor é que te (res)guardes para o devido momento em que a esperança, alimentada, vença reais, possíveis ou imaginários sofrimentos dentro ou fora de ti.
Acalenta a esperança. Nada faças por desacreditá-la, pois, se isso vier a acontecer, tua alma não suportará a solidão, essa travessia em deserto, e, em breve, mesmo acreditando-se viva, há de morrer. Alimenta a esperança, a que, posta em Deus, não te decepcionará, pois Ele é o primeiro interessado a levar a bom termo a obra que, um dia, em ti, Ele quis iniciar.” (Pe. Airton)
“Se tu amas, verdadeiramente, expressão serás do Amor que em ti já habita. Fazendo em ti morada permanente, o Amor virá através do Espírito, de sorte que o que pedires ao Pai será ouvido e o que expressares ao Altíssimo, estando em conformidade com Sua vontade, o que desejares será atendido. Não haverá o hiato entre o teu querer e a vontade do Senhor. Será, pois, o Amor a marca determinante de todo o teu ser. Suplica, pois, ao Espírito do Senhor que te conceda o dom de amar que é de todos o maior. Sendo pelo Amor queimado, transformado, testemunharás a outros a experiência do que seja ser por Ele reconhecido como filho no Filho, por toda a eternidade. Participarás da intimidade que somente em Deus é conhecida. Precisas confiar, plena e sinceramente, no Senhor. Suplica-Lhe que venha fazer em ti morada permanente, e que te conceda a graça de corresponder a essa grandiosidade por um estilo de vida coerente.” (Pe. Airton)
“Assim como ninguém caminha para permanecer no mesmo lugar, da mesma forma, ninguém segue a Cristo sem que de algumas coisas tenha que se desvencilhar. É preciso saber que, ao longo de uma caminhada, muitas coisas deverão ficar, para que não se tornem demasiadamente pesadas, nem retardem o percurso entre o tempo da partida e o da chegada. Por isso, aí, cabe renunciar. Algumas coisas são boas, mas, em razão da opção, é preciso que outras de maior preferência ocupem o seu lugar. Viver é ter que optar. Viver é ser interpelado. Viver significa dar uma resposta adequada àquilo que se pretende alcançar. Do contrário, nós nos tornaremos demasiadamente pesados, porque tudo o que nos aprouver haveremos de juntar e, em pouco tempo, o nosso próprio peso não teremos como suportar, nem fazer com que outros também o suportem, já que para nós próprios é difícil dessa forma continuar. Por isso, a questão que se coloca para ti é que tu tenhas o discernimento acerca do que precisas fazer a fim de prosseguir. Tua opção por Cristo te leva a quê? O certo é que, se, ao longo da caminhada, tu vieres com a opção por Cristo a te incompatibilizar, terás que optar: ir ou ficar. Há coisas que, juntas, não podem somar. Se o fizeres, demasiadamente pesado, em pouco tempo, haverás de te encontrar. Essas mesmas coisas resultarão em conflito de não te fazer continuar. A quem irás, aonde irás? Aos teus melhores intentos, assim, não poderás dar prosseguimento, ficando apenas no ponto em que pensaste em realizar. É preciso ser preciso – o que significa decidido e claro – e deixar de lado certas coisas que a tua opção de vida não pode mais comportar. Não significa dizer que, em si, as coisas sejam más; significa que, em razão da tua opção de vida, com elas não tens mais que contar. Difícil é optar, mas a figura de Cristo é o fator decisivo para um novo e pleno de sentido estilo de vida. Ele, então, será a motivação e o para quê de tudo o que, a partir de então, vieres a fazer. Nele, tuas escolhas vão acontecer e não em razão das oportunidades, sem o critério de estar em Cristo centralizado, como se apenas tivesses que fazer à medida que as coisas viessem a acontecer.” (Pe. Airton)