“Caminhemos ainda? Certamente, mas só em Deus (cf. Sl 62-61). Por que só em Deus? Porque é a partir dele que eu adquiro as forças de que eu necessito para enfrentar as lides de cada dia; é a partir dele que eu adquiro a confiança que supera em mim toda a ânsia. Por que só em Deus? Porque se nele eu não estiver, eu sei que, se muitos vierem a me deixar, com ele eu permanecerei, ele comigo estará e com ele eu sempre estarei. Por que só em Deus? Porque os últimos passos da minha vida é para ele que eu dirigirei, os últimos momentos de minha vida é para ele que eu endereçarei, os últimos passos para ele encaminharei. Por que só em Deus? Porque estando com ele eu tenho a certeza de que não serei confundido, de que pelos espaços da ilusão eu não serei atraído. Porque é o Senhor que me livra do laço do caçador, é o Senhor que faz mudar a sorte dos seus, não como um favor, mas para que, a partir dos seus, possa surgir de sua boca um canto, uma palavra, uma expressão de louvor. Por que só em Deus? Porque ele é, e ele tão somente, é o autenticamente permanente. Só Deus é absolutamente fiel e consequente. Porque, antes que eu viesse à existência, ele já me tinha em sua mente. Por que só em Deus? Porque, estando nele, a minha vida ganhará sentido e, mesmo enfrentando percalços, não viverei a dolorosa sequencia de ditos e desditos.” (Pe. Airton)
“Quanto menos se ama, menos perdão se é propenso a comunicar. Quem verdadeiramente ama entende as razões mais profundas que no outro há, mesmo que ele não as tenha como expressar. Só haverá reconciliação se houver perdão. Se não conseguires perdoar a quem tenha admitido uma ação transgressora de um bem, deve-se isso ao fato de que do amor ainda estás muito aquém. Certo é que não podes violentar-te no que concerne ao perdão. Todavia, o mínimo que se pede é que estejas aberto ao momento em que perdoar seja uma realidade posta no possível de vir a se dar. Considera que assim como a mão que esteja fechada para doar é a mesma que estará fechada para receber, de igual maneira o perdão negado é diretamente proporcional ao perdão que não será recebido.” (Padre Airton)
“The less you love, the less you are liable to forgive. A person who really loves, understands someone else’s deepest reasons, even though they may not be expressed. There may be reconciliation only if there is forgiveness. If you are unable to forgive somebody who has admitted a transgression, this is due to the fact that that you are still far from love. It is true that you cannot force yourself to forgive; however, the least request is that you may be open to the moment when forgiveness becomes a possibility. Just consider that the same hand can be clenched refusing to give and similarly closed to receive; likewise forgiveness denied is directly proportional to forgiveness never received.” (Father Airton)
“O que de melhor na vida existe nunca poderá ser comprado, faz parte de um legado, de uma transmissão; isso precisa ser objeto de constante atenção e não poderá ser relegado. As coisas mais valiosas da vida não são coisas. O que se opõe ao que de melhor acontece no recôndito de tua alma, hás que dizer não, impedindo sua transmissão. O valor das coisas que não são coisas está em que elas jamais serão suficientemente avaliadas. Aconteceram e há de se manterem pela via da gratuidade, como confiar, respeitar, acreditar, crer, amar. Vindo a perder tais valores, que são nobres elementos, risco podes correr de virem a acontecer rupturas, nos sentidos estrito e lato da palavra e por isso serás responsável. Tais coisas, as mais preciosas, não poderão ser encontradas em um lugar sequer; elas, tão somente elas, poderão ser doadas – não diria que conquistadas – mas, surgem, espontaneamente, é uma construção permanente. Tê-las e não as conservar significa desconsiderá-las. Se tais valores vieres, um dia, a encontrar, trabalha por mantê-los, sabendo que perdê-los significa desmerecê-los e, por conseguinte, empobrecer-se de vez.” (Padre Airton)