“Repito esta verdade: a realidade dos sonhos é que eles podem ser fantasmados ou podem ser guias seguros e, nos avanços da vida, necessários. Adiante e na retaguarda, precisam estar os sonhos para se viver e vencer. Sonhar é necessário. Onde os sonhos são sonhados? Eles são sonhados onde a realidade é por eles bordejada. Podem estar próximos ou, ao contrário, em fuga, para longe dos que da realidade se distanciaram. Tu precisas sonhar para sentir que vale a pena acreditar. Sem sonhos, é impossível suplantar determinada ordem de dificuldades. Sonhar para não parar. Sonhar, igualmente, para fazer pausar. Sonhos trazem consigo possibilidades claras de levar adiante e de paralisar. E aí a pergunta que insiste, não esmorece: quais sonhos fortalecem a esperança e quais sonhos enfraquecem e criam ânsia? Repondo-te: os primeiros são os sonhos que enaltecem ideais, que engrandecem e que, do presente, fazem o seu melhor presente. Já os do segundo caso são aqueles que levam a descer, mesmo quando conseguem embevecer; são os que levam à perda do sentido de realidade. Pesadelos são o que paralisa no medo, não deixando ver. Nisto consiste seu desserviço: quando se estabelecem, resultam em que, rapidamente, da realidade fazem esquecer, obliteram a consciência, não deixam ver.” (Pe. Airton)
“Se tu estiveres dividido, mesmo que tenhas saído primeiro, acabarás te tornando derradeiro, não levando a bom termo a obra que, um dia, em ti e por meio de ti, pôde se iniciar. Se tu estiveres enfraquecido, as tuas falhas estarão mais à vista, e os empecilhos que vierem a ocorrer, encontrando-te desguarnecido, minarão as tuas forças, e o teu projeto, por mais bem intencionado, não verás ou retardarás. Portanto, que estejas bem ciente de tua condição, que implica em potencialidades, conhecimento de teus limites, e observa o oportuno ou o inadequado de te trabalhar para torná-lo executável. Não entres em nenhuma atividade se, intimamente, não estiveres convencido de tua unidade, pois dela primeiramente dependerá a bem-sucedida conclusão do projeto, por mais bem executável que ele possa parecer. A execução de um projeto dependerá de quanto por inteiro tu estiveres presente naquilo que haverás de administrar. “Um reino, dividido em si mesmo, não poderá continuar”. Erro repetido, já de antemão sabido, é motivo para que tu te tornes, previamente, derrotado. Não considerando os erros passados nem as lições que tens de aprender, deixas de integrar todo aprendizado à tua realidade. Por conseguinte, mesmo que, inicialmente, bem planejado, o projeto será arruinado por não teres condição de administrar quando os elementos contrários começarem a se apresentar.” (Pe. Airton)
“Para além de tuas possibilidades, jamais haverás de ser tentado. O que se pede de ti é constância na fidelidade, para que possas merecer a graça, que, por sua vez, gratuitamente te é dada. Lembra: ‘Ao que é fiel nas pequenas coisas, mais ainda lhe será dado; ao que é infiel, até o pouco que tem lhe será tirado’ (Lc 8,18). O que não podes é, na provação, querer vacilar, porque isso corresponderia a ceder à tentação, por torná-la acesa por resquícios que, em ti, certamente, há. O que se aprova, na provação, é a tua capacidade de acreditar e superar, sabendo que a obra em ti iniciada a bom termo, com certeza, chegará. Nada vem para, eternamente, ficar. Guarda isto: o que atribula a ação é, exatamente, a não persistência na confiança. Havendo desconfiança, não haverá avanço. Na ansiedade, a tua alma não chegará à saciedade, por bloqueios à obra em ti iniciada.” (Pe. Airton)