“Sei que vives um estado tensional. É próprio de quem vive caminhar entre a graça e o pecado, por isto experimentarás avanços e recuos nesta tua busca, sempre tensional, entre o fazer e o ser. Todavia, há pessoas que não fazem por não querer, embora pudessem fazer. Fazem questão de não fazer. Às vezes, negam-se no que fazem. Às vezes, dão, mas não se doam. Fazem questão de não se doar, questão de não se dar. Uns dão, a ponto de não faltar, mas se negam a se doar, e, aí, a falta é gritante, que, mesmo tendo, falta-lhes tudo. O inverso, por sua vez, seria que, nada tendo, não lhe falta nada.” (Pe. Airton)
“É por demais importante este momento de tua caminhada. É como se tu abrisses a alma, e, dentro dela, houvesse, ainda, um pequeno sacrário, e, nesse sacrário, onde está a presença de Deus, dependesse de ti tomar a decisão mais íntima, que ninguém, em teu lugar, poderá tomar. Considera, pois, a seriedade desse momento. Considera, ainda, que experimentas tua decisão enfraquecida, por entrechoques de frequente acontecidos entre teu querer e teu desejar, numa relação de contradição. Trabalha, pois, antes de qualquer decisão, a relação que manténs com o teu querer e o teu desejar. Que teu querer e teu desejar não se tornem senhores de tua vida: primeiramente, porque um só é Senhor; segundo, porque, mesmo se viesses a servir a um, o outro se rebelaria, causando-te confusão, pelo conflito que se instalaria em ti. Como decorrência dessa quebra que virias a experimentar em ti, a qualidade do teu serviço, sinal de teu testemunho no mundo, seria afetada. Conflito, igualmente, experimentarias em tuas ligações com os demais. Pensa, pois, nestes termos: “Eu tenho que restituir a integridade, a inteireza de mim mesmo, como condição para que eu possa me integrar ao mundo. Do contrário, se isto não acontecer, eu verei o mundo sempre contraditório, sentirei o mundo sempre contraditório. Eu viverei a constante insuficiência de não estar sereno e de não me sentir bem com os outros, o que me causará uma enorme insatisfação, não realização”.” (Pe. Airton)
“Tu precisas saber te gerir para poder gerar, pois o conhecimento de uma geração é passado em forma de um legado, esse que chegou até onde estás e pelo qual és responsável. Gerir e gerar, tu precisas. Sabendo gerir, também poderás gerar, pois, gerando sem saber gerir, acabarás por destruir e, gerindo sem poder gerar, tu trabalharás por uma inutilidade, por uma nulidade, por algo que não terá continuidade. Pois, se agires em razão de algo que tão somente em torno de ti tem acontecido, tão egoicamente centrado, contigo também isto passará, quando aqui não estiveres mais.” (Pe. Airton)