“Amar rima com confiar. Amar não rima com camuflar. Amar rima com transparência, com decência, com eficiência, com coerência, com benevolência, com desculpar. Amar diz respeito a viver a coerência de uma relação fiel ao próprio ato de amar. Pergunta-te, então: o que, na verdade, entendo por amor ou por amar? Amar rima cobrança? Amar rima com desconfiança? Amar rima com antecipações ou tardanças? Amar rima com, de frequente, ter que se desculpar? Amar rima com, de contínuo, vir a se culpar? Amar é pertinente a comemorar? A se penitenciar, a alertar, a revidar? O que é amar? Ama como gostarias que te amassem, pois toda obra que tem consistência e durabilidade, faz-se pela unção que, profusamente, em teu coração foi derramada. Toda decisão de viver a amorosidade em qualquer relação não será possível se não for pela ação do Espírito transformada. Continuidade só haverá se com a amor tiver a ver o que tiver de ser executado.” (Pe. Airton)
“Há coisas em relação às quais tu precisas te distanciar para melhor enxergar, e há coisas que, somente estando perto, poderás, afinal de contas, ver descoberto o que antes não poderias nem imaginar. Em qualquer situação, que sejas tu o senhor e não um cativo deste sentimento ou daquela emoção. Age com equilíbrio, com equidade e, contigo, sempre por perto, estará a sabedoria, a que jamais te deixará à revelia. Há coisas que somente de perto é possível melhor enxergar, e há coisas das quais é preciso manter certa distância para melhor poder tanto avaliar-se quanto avaliá-las.” (Pe. Airton)
“Tu tens dentro de ti certas moradas, espaços interiores que, se bem cuidados, poderão te levar a profícuos resultados. Todavia, estando desencontrados, tu te perceberás sem rumo, fazendo e desfazendo, dizendo ou desdizendo o que, em situações normais, não te permitirias jamais. O teu espaço interior precisa, a todo custo e valor, ser mantido, preservado; ele é semelhante a um rio que está ligado à fonte: se perder esse contato, não tem mais de que se alimentar. É como aquele que traz consigo um certo encanto e, perdendo também o contato com o que o encanta, não sente mais por que continuar. O teu espaço interior pode ser motivo de satisfação, alegria, sofrimento, dor. Por isso, chegado ao ponto em que tu estás, olhando os meses transcorridos, tudo o que ficou para traz, tu poderias te perguntar: afinal de contas, onde reside atualmente meu maior encanto? O que responde por certos desencontros ou desencantos? O que poderia ter sido melhor aproveitado? De que meu coração se sente todo saciado? O que ainda eu busco e não tenho encontrado? Afinal de contas, a tua morada interior, se for bem preservada, poderá também ser espaço onde tu encontrarás o sentido para persistir, mesmo nas quedas ao longo da jornada. Por isso, reserva esse espaço de tua sacralidade para um tempo de exclusividade com o teu Senhor. Se, em razão dos afazeres da tua vida, isso for descuidado, tu te perceberás sedento, sem que nada a tua sede possa aplacar e, como que distraído ou de ti mesmo esquecido, não encontrarás espaço nem mesmo onde acreditavas ser teu lugar. Deserto de pura aridez, começarás então a atravessar. Conserva o teu espaço interior, a tua morada, que por nada nem por ninguém seja ela violada; mas, com toda tua defesa, seja ela preservada.” (Pe. Airton Freire)