“Os vínculos que são permanentes se dão primeiramente pelo lado de dentro. As quebras também acontecem pelo interno da gente antes de serem visíveis ou risíveis exteriormente. Aquilo a que se estiver vinculado poderá vir a ser desatado em razão de uma descontinuidade provocada por elementos antecedentes. É preciso estar atento à sequência dos momentos, pois um descuido poderá levar a uma condução e, portanto, a uma direção bem diferente daquela que, até então, havia-se pensado. As quebras, as descontinuidades e tudo o que responde pelo fim de uma aliança resultam não de um fato isolado, mas do que é formado por uma sequência de pontos, um traço. Lembra: quanto mais próximos os pontos forem colocados, mais forte e decisivo será o que eles marcarão.” (Pe. Airton Freire)
“Aos poucos, vamos percebendo que o novo tempo para nós estará sendo bem mais do que antes poderíamos planejar e, tão somente, por termos dado espaço à graça que por nós já procurava, por nós já ansiava e agora espaço pôde encontrar. E, nesse novo tempo que está nascendo, convém que cultivemos a esperança, que não a deixemos fenecer, pois, quando ela nasce, é como tenra planta com a qual não se tendo cuidado pode esmorecer e, na primeira oportunidade, procurar outro espaço onde ela possa, como em ti, desenvolver-se. Por isso, poderíamos então nos perguntar: quais os sinais de esperança de vida nova ou vida plena que, em nós, malgrado as dificuldades, podemos observar? Quais as coisas das quais antes nos sentíamos tão distantes e que, no exato instante que estamos vivendo, fazem parte do cotidiano? Como plantas que brotam da terra nas primeiras chuvas e não deixam a esperança morrer quando parecia já estar morrendo, sinais de esperança, em nós, há. Acontecimentos, dentro ou fora de nós, falam da nova estação que está a emergir, e os primeiros sinais de brotos já se podem observar. É preciso, então, cultivar a esperança. Não há lugar para ânsias, o tempo da espera está quase no fim, e o que, dantes, para nós, parecia impossível, agora, já se conta como bem provável, porque o Senhor assumiu a nossa causa e nos fez sinal do amor que não esconde alegria. Pois não fomos deixados à revelia, em tendo acreditado que, após a longa noite, nasceria o dia. Um novo tempo está nascendo. Os campos estão florindo. O que hoje estamos plantando, em breve, estaremos colhendo, e a graça, que não nos faltará, em sendo cultivada, até o último instante, será aliada da esperança que jamais nos decepcionará. Um novo tempo para nós está surgindo. Sinais deste novo momento, os seus sons primeiros, estão se ouvindo. É tempo de se alegrar. Ainda que longa tenha sido a travessia, dela será o canto do novo dia que já começa a raiar. O Senhor tem sido fiel e, nestes tempos de agora, ainda permanece. Não vale esmorecer, entregar-se, mas integrar-se, porque valeu a espera. O Senhor está lá fora, e, em breve, o dia vai chegar.”
Pe. Airton Freire